Os mais de 300 hotéis de Brasília pensam em estratégias e promoções para atrair clientes no fim de ano, com pacotes especiais principalmente para o réveillon - (crédito: ED ALVES/CB/D.A Press)Com a aproximação das comemorações de fim de ano, os setores que compõem parte do atendimento turístico no Distrito Federal começam a se movimentar. A capital conta com 346 hotéis e cerca de 9 mil bares e restaurantes, que pensam em estratégias e promoções para atrair clientes e melhorar a arrecadação. O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) estima que, com o impulso, as vendas devem aumentar cerca de 20%, quando comparado aos R$ 1,6 bilhão arrecadados no último mês de 2020, o que deve consolidar a recuperação econômica do setor, que teve início no meio do ano, de acordo com o presidente do sindicato, Jael da Silva.“O fim de ano sempre anima. E, neste dezembro, com a vacinação avançada e a flexibilização de algumas restrições que tínhamos ano passado, esperamos voltar a patamares de antes da pandemia”, diz. Ele explica que o turismo do DF tem como alvo corporações e famílias. “Visamos pessoas que não querem ficar em casa ou vêm visitar alguém e se hospedam nos hotéis. Aqueles que oferecem festas ou queima de fogos próprias, por exemplo, costumam atrair um bom público também”, completa,O GDF ainda não definiu se haverá comemorações públicas. O oferecimento de comemorações particulares é uma aposta do hotel Royal Tulip. Aryanne Borges Bretas, 43 anos, gerente comercial da rede, afirma que a expectativa de fluxo durante o fim deste ano é alta e considera o avanço da vacinação contra a covid-19. “Mesmo antes da vacinação, percebíamos que as pessoas queriam sair e relaxar em um espaço aberto, mesmo que fosse durante dois dias. Agora, com a imunização, os clientes devem estar mais seguros”, diz. Com pacotes especiais, principalmente para o réveillon, Aryanne comenta que as vendas já começaram.Confraternizações
A empresária digital Amanda Azevedo, 24, pretende recorrer a um estabelecimento do DF para passar o ano novo. “Vimos outras opções, mas estavam caras. Então, provavelmente estaremos em algum restaurante próximo de casa”, diz.Expectativa
A secretaria de Turismo, em nota, informa que trabalha de forma integrada com outras secretarias do GDF no estudo de possíveis projetos e ações para o fim de ano. “Acreditamos na retomada da economia, com o avanço do calendário de vacinação e o pós-pandemia, o que pode contribuir para iniciativas bem-sucedidas. Trabalhamos para posicionar Brasília como a principal capital do turismo brasileiro”, destaca o texto.
Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia Carlos Eduardo de Freitas, a recuperação da economia vai se estabelecer com as festas de fim de ano. “Já estamos em recuperação e ela vai apenas se fortificar. Porém, é importante destacar que haverá o crescimento expressivo, mas a base de comparação (2020) é muito baixa”, diz. Para ele, é preciso, agora, focar em 2022. “O próximo ano vai definir bastante o andamento da economia brasileira como um todo”, comenta.Carlos afirma que os empresários e economistas devem estar atentos, além da pandemia, a questões como crise hídrica e inflação. “Esperamos que os efeitos da pandemia estejam se esvaindo. A tendência é que haja uma anulação da inércia da inflação e a economia deve crescer um pouco mais. Então, vamos começar a conversar sobre a real situação da economia do país de forma geral”, complementa.
Confira a arrecadação anual, em valores aproximados, para o setor de hotéis, bares e restaurantes
2019 — R$ 2 bilhões
2020 — R$ 1,6 bilhão
*2021 — R$ 1,9 bilhão
*Os dados de 2021 são projeções Fonte: Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar)
Por isso, o mais prudente seria não haver grandes aglomerações. As pessoas precisam evitar locais fechados, manter o uso de máscaras em qualquer lugar e se vacinar com as doses que têm direito. É importante completar o ciclo vacinal para uma proteção comunitária. Porém, reforço, mesmo os vacinados se contaminam e transmitem a doença. A vacina evita casos graves e internação. Cautela nunca é demais.”
Dalcy Albuquerque, infectologista
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